Tese

Jornalismo e o espírito intempestivo

Fantasmas na mediação jornalística da história, na história

Nuno Manna

Que jornalismo é esse que, por suas intrigas teodicéicas, ofereceria-nos diariamente a nossa oração laica da manhã que nos afugentaria o caos, chamaria-nos à razão e preservaria-nos a lucidez? Esse jornalismo que nos ampararia diante do caos, da dispersão dos acontecimentos, da fatalidade dos desvios, da alienação da verdade e da disjunção de um mundo em permanente mudança… Qual é esse jornalismo que, em sua atualidade, constituiria nossa obra comum, condição para a ordenação de nossa história em progresso? Certamente são outros os jornais que temos tomado nas mãos, que, por suas notícias e reportagens, lançam-nos sempre aos embates de uma realidade fundamentalmente instável e conflituosa; que colocam constantemente nossos postos, marcos e estruturas mais familiares sob as provações do tempo; que nos oferecem, na emergência do atual, os impasses de um presente ameaçado por um passado e por um futuro sombrios; e que nos fazem sujeitos da história, ao mesmo tempo em que a ela nos sujeita, e que dela nos faz padecer. Em nosso trabalho, uma concepção ideal de jornalismo e as evidências dos jornais abdicam de sua correspondência, para que possamos encontrar, na conflituosa relação entre um e outro, uma possibilidade de refletir sobre nossas paradoxais maneiras de apreender e dar sentido ao mundo, em nossa condição de ser históricos.

Apresentação

  1. Chamados à história
    1. A “crise do jornalismo” e o problema do paradigma
    2. Modernidade, tempo e intempestividade
  2. O fantástico, o jornalismo e a dialética narrativa
    1. A mediação jornalística e os paradoxos do tempo
    2. O outro histórico
    3. Narrativa como mediação imperfeita
  3. O monumento jornalístico
    1. Passeio Nacional
    2. Obra comum
    3. O véu negro
    4. The New York Times, 11 de abril de 2008
  4. O jornal do futuro
    1. Novíssima
    2. Tudo se transforma em alvorada
    3. O país das quimeras
    4. Folha de S. Paulo, 23 de maio de 2010

Nuno Manna

Mineiro, de Campina Verde, formou-se jornalista pela UFMG e atuou como colaborador, com reportagens e ficções, da revista Piauí, entre outras publicações. Também pela UFMG desenvolveu sua pesquisa de mestrado, publicada no livro A tessitura do fantástico: narrativa, saber moderno e crises do homem sério (Intermeios, 2014). O presente estudo é fruto de seu trabalho de doutorado, realizado na mesma instituição, com estadia de pesquisa na Columbia University. É pesquisador dos campos da narrativa e da história, do fantástico e do jornalismo, membro do Núcleo de Estudos Tramas Comunicacionais.

Título: Jornalismo e o espírito intempestivo: fantasmas na mediação jornalística da história, na história

Autor: Nuno Manna

Editora: Fafich/Selo PPGCOM/UFMG

Cidade: Belo Horizonte

Ano de publicação: 2016

Edição: 1ª

Páginas: 292

Formato: PDF

ISBN: 978-85-62707-81-0

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