O conjunto de artigos que compõem este livro reúne percursos de pesquisadoras e pesquisadores que se aliam a miradas decoloniais em processos comunicacionais a partir de diálogos com autoras e autores do sul-global. Mirar colonialidades é uma demarcação crítica a ser formulada a partir de diferentes lugares sociais e epistêmicos tomando experiências como aportes sensíveis que permitem leituras e formulações.

Mirar a monstruosidade das colonialidades sobre corpos, nos percursos de pesquisa que compõem o livro, se articula com exercícios de (in)visibilidade em três composições: a primeira, ao confrontar narrativas que se propõem a definir o ‘monstro’ e, com elas, contrapor a monstruosidade em gestos de poder ao alocar dados corpos como desviantes; a segunda, ao focar em afirmações sobre comunidades de sentidos, perceber a monstruosidade nos modos de saber ao produzir imagens e imaginários que destoam da autoafirmação e da percepção sobre quem se fala; a terceira, ao tomar o corpo como possibilidade de conhecimento, tatear a monstruosidade em imposições sobre o ser que são sensíveis em experiências de opressões radicadas na experiência cotidiana.

O reconhecimento das colonialidades como campo problemático transcende o marcador social e temporal das colônias e permite, nestes textos, elaborações com distintas perspectivas teóricas que refletem nossas maneiras de ler experiências para, com elas, saber e escrever.

Prefácio
As decolonialidades como projeto científico, ético e político
Carlos Alberto de Carvalho

Apresentação
Mirar a monstruosidade nas colonialidades sobre corpos
Aleone Rodrigues Higidio e Daniel Macêdo

I. Monstruosidades por (des)ver: proposições narrativas

Capítulo 1
Histórias de fantasmas: reflexões e apontamentos sobre a problemática da alteridade em Jacques Derrida e em Achille Mbembe
Saulo Rios

Capítulo 2
Monstros, canibais e rituais satânicos: colonialidades e racismo nas reportagens de assassinos em série no Brasil
Poliana Sales Alves

Capítulo 3
Monstros subalternos: a colonialidade no imaginário do apocalipse zumbi
Daniel Loiola

II. (In)visibilizações monstruosas: apagamentos narrativos

Capítulo 4
Enquadramento, jornalismo e feminismo indígena: a 2a Marcha das Mulheres Indígenas
Yasmin Gatto

Capítulo 5
Colonialidade algorítmica no caso de Elisa Loncón
Luiza Bodenmüller

III. (Ins)urgências contra monstruosidades: textualizações de experiências

Capítulo 6
Juntas Médicas: será uma prática capaz de dar voz para corpos de mulheres com deficiência em exposição nos espaços médicos?
Mariana Cecília da Silva

Capítulo 7
Contra o muro: notas de ocupação na pós-graduação
Aleone Rodrigues Higidio e Daniel Macêdo

Sobre as autoras e os autores

Aleone Rodrigues Higidio é jornalista e mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Atualmente, é doutorando em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na linha Textualidades Midiáticas, com pesquisa financiada
pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Integra o Insurgente: Grupo de Pesquisa em Comunicação, Redes Textuais e Relações de Poder-Saber. aleonerodrigues@gmail.com

Daniel Macêdo é jornalista e mestre em Comunicação e Linguagens pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e, atualmente, cursa doutorado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) na linha Textualidades Midiáticas. É bolsista da CAPES e integra o Núcleo de Estudos Tramas Comunicacionais: Narrativa e Experiência. daniel.3macedo@gmail.com

Título: Monstruosidades (in)visíveis – Colonialidades sobre corpos em narrativas
Organizadores: Aleone Rodrigues Higidio e Daniel Macêdo
Editora: Fafich/ Selo PPGCOM UFMG
Ano de publicação: 2023
Edição: 1ª
Páginas: 141
Formato: PDF
ISBN: 978-65-86963-73-1
Como citar (ABNT 2):

HIGIDIO, Aleone Rodrigues; MACÊDO, Daniel (Orgs.). Monstruosidades (in)visíveis: Colonialidades sobre corpos em narrativas. Belo Horizonte: Selo PPGCOM/UFMG, 2023, 141 p.